domingo, 15 de março de 2009

Por uma ordem que choque e não um choque de ordem.


A primeira quinzena de março levou à Facha reflexos do tão propalado choque de ordem, implementado pelo atual alcaide Eduardo Paes: dezenas de carros foram rebocados da frente da faculdade e o vendedor ambulante Léo, temendo a apreensão de seus produtos, afastou-se de suas atividades por uns dias, buscando a legalização de seus negócios.


Leonardo de Almeida Cabús, o conhecidíssimo Léo, marca presença na porta da faculdade há mais de trinta anos; fato atestado pela própria instituição, como comprova um documento emitido pela mesma e apresentado pelo próprio vendedor. O documento timbrado e devidamente assinado declara que o mesmo trabalha no local desde 1979, além de atestar sua idoneidade.


No intuito de conseguir uma legalização, Léo conseguiu reunir num abaixado assinado, mais de oitocentas assinaturas de estudantes da faculdade, que pedem a sua permanência e a devida legalização nos órgãos cabíveis, que deverão emitir um parecer até abril.


O próprio Léo considera o valor de sua permanência, não apenas pela “rede movimentada por um ambulante”, que atrás de si arregimenta de “empresas de copos plásticos a fabricantes de gelo, bem como a própria empresa que vende as bebidas”; mas também pelo fato de inibir a ação de ladrões, uma vez que sua barraca é bastante visitada e com uma boa circulação de pessoas.


Espera-se do atual alcaide, que diferente dos factóides implementados pelo último, promova uma ordem que choque de fato o status quo; modificando desta forma, os anos de descaso pelo Rio de Janeiro, que quebre paradigmas e antigas chagas e assim, consolide não só a ordem, mas a organização e principalmente, cuide da cidade, sendo esta última, função primeira de toda e qualquer prefeitura.


Ah! E a questão do reboque dos carros pede um comentário à parte não? Que tal dar voz aos que tiveram seus carros apreendidos? Portanto, esperam-se aqui os comentários.


Divulgação - Emerson Menezes.



6 comentários:

Circo Industrial disse...

Ao invés de tirar ambulantes da rua que trabalham nessa informalidade devido a falta de oportunidade e muitas vezes ajudam a trazer a segurança pública em áruas desertas e escuras como o nosso querido Léo faz na faculdade no turno da noite, deveria se pautar mudanças de infra como iluminação na rua da FACHA (e muitas outras que são focos de assaltos), policiamento e o óbvio: criar oportunidades e levar dignidade através de edução e emprego para as pessoas que nasceram em um contexto que não facilita EM NADA!!!
O choque de PAZ do PAES deveria se preocupar com o banditismo e reabilitação dos mesmo, melhorar a estrutura das detenções, educar, gerar emprego, fornecer cultura e romper com a barreira da desigualdade escancarada e hipócrita em que vivemos diariamente.
GUERRA e PAZ, uma linha tênue e muito questionável entre o certo e o errado!

Circo Industrial disse...

Aruan do Circo postando acima!!!

Alexandre Sobral R. Horta disse...

Que pelo menos tenham maior respeito com o trabalho dos ambulantes e garantam logo as devidas regularizações...
pois certos assuntos não devem ser tratados aos trancos e barrancos, afetando seres humanos, ou principalmente, cidadãos honestos!

OBS: Ttudo isso só estimula mais a violência!!

Teresa Castro disse...

No dia do choque de ordem quando foram rebocados carros e ambulantes, buscando reestabelecer a fluição do transito a Rua Muniz Barreto estava completamente sem luz do trecho que vai da Facha até a rua Visconde de Ouro Preto. Isso só mostra todo o descaso da Prefeitura que obriga o pedestre a andar no breu, e ainda, a incapacidade do Sr. Prefeito de manter estruturas que já existem (como postes de luz)e que estão abandonadas. Ao invés disso o Sr. Eduardo Paes prefere "marcar seu nome" no prefeitura do Rio de Janeiro, "inovando" com este tal de choque de ordem, gastando mais dinheiro, mudando os uniformes das escolas públicas denovo, etc... Enquanto isso temos ruas mau ilumindas, mau asfaltadas e cheias de ladrões de galinhas. Os ambulantes são retirados dos seus locais de trabalho e a eles não é oferecida nenhma solução para o sustento de suas famílias!
Eu pergunto: queremos choque de ordem, ou uma política pública de verdade, voltada para o crescimento economico da cidade, para a educação dos cariocas e para o real direito à saúde?

Marcelo Penido disse...

Certas figuras se transformam em mito com o passar do tempo. É o caso do nosso querido Léo. Há mais de 30 anos na porta da FACHA, Léo é conhecido pelo seu carisma e simpatia, e é sobretudo um patrimônio da instituição. Tenho certeza que até abril ele terá sua situação regularizada e voltaremos a comer esfirras e beber três Itaipavas por R$ 5.

Adriano Araújo disse...

Paes não traz PAZ! Esse é o verdadeiro choque de desordem, que acha mais "prático" tirar os ambulantes das ruas do que criar soluções que levem a regularização desses. Um cidadão que tem sua barraca apreendida, seu único meio de sustento, vai fazer o que? Um governo que não dá educação, emprego e cultura, e ainda tira o único meio de sobrevivência do povo pode estar criando criminosos, pois ai entramos em outra questão: esse ambulante, sem sua ferramenta de trabalho vai procurar um meio ilícito para sobreviver, ser preso numa penitenciária que não recupera, mas transforma o aspirante a criminoso num bandido, aumentando a violência.

Ai o estado entra de novo, com a política do "atira pra depois saber quem é", mais uma forma de resolver o problema a curto prazo, ao invés de "invadir as comunidades" com educação, trabalho, cultura e políticas sociais que afastem seus moradores da violência.