sábado, 4 de abril de 2009

Se em todo lugar tem alguém da Facha, aqui não seria diferente. Espaço aberto para os alunos que produzem - comentários sobre o ato de 31 de março.


A inércia dos estudantes, a louvável atitude do Circo
e outros pontos...


(Postado no blog: http://falarbrasileiro.blogspot.com/2009/03/inercia-dos-estudantes-louvavel-atitude.html)


Desde o início de nossa vida acadêmica, ouvimos de todos aquela história de que em tempos de outrora os estudantes eram mais politizados, mais cultos e envolvidos com os problemas que o país enfrentava(e ainda enfrenta). De fato pode-se dizer que eram mais envolvidos com as questões pertinentes ao avanço do país em todos os sentidos, mas não que eram mais cultos ou mais politizados. Essa idéia já não cola mais.

O que ocorre hoje, é que sim, temos alunos politizados, formadores de opinião e detentores de uma cultura vasta. Até porque em meio a tanto fluxo de informação e com a facilidade e agilidade com que chegamos a elas, fica falacioso o argumento de que não possuímos cultura. Todos nós produzimos, mas parece que há uma certa hesitação na hora de “botar a boca no trombone”, como se as manifestações culturais fossem coisa do passado e alvo de preconceito hoje em dia. E é ai que surge o Circo Industrial, movimento de louváveis atitudes, que buscam recuperar, ou melhor, instigar o sentimento nacionalista, cultural e contestador dos universitários. Alinhando críticas construtivas aos alunos, (que podem até ser chamadas de autocríticas, já que são alunos os idealizadores desse movimento.) e atitudes para fazer do campus, não um ponto de encontro para assuntos supérfluos, mas um centro de manifestações artísticas, culturais e idealizadoras, justamente para que os alunos voltem a incorporar o verdadeiro sentido de ser um universitário e abandonem esse marasmo intelectual.

É claro que todos querem fazer a faculdade sem mais problemas, sair de lá com um diploma na mão e um emprego garantido, mas o Circo mostra que um pedaço de papel nada vale, se o conhecimento for deixado dentro das salas de aula, é necessário mais do que simplesmente passar nas provas. É necessário pôr a boca no mundo, sair dessa inércia que atinge a grande parte dos estudantes e simplesmente se expressar. Seja uma apresentação teatral, uma crítica aos preços de mensalidade, um abaixo assinado ou uma arrecadação de donativos para um centro de caridade, não importa! o importante para o Circo é abrir a cabeça do o estudante para que ele seja de fato um estudante e não um mero frequentador do campus.
Rompamos com o pragmático e usual, façamos do ato de ir à aula uma oportunidade e não uma obrigação, e quem sabe assim resgataremos o espírito dos estudantes que pintaram a cara e lutaram para que hoje pudéssemos ter essa liberdade, que infelizmente foi confundida com libertinagem. Louvado seja o Circo!

Ivan Cavalcante, 19 anos, brasiliense de sangue, carioca por afinidade. Segundo período de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo - "tenho fome de cultura e repúdio aos acomodados"



"ditadura nunca mais"


(Postado no blog: http://eagorajose.blogspot.com/)

Esta frase pontuou o ato do Circo Industrial, que relembrou os 45 anos de ditadura no meio do pátio da grande e famosa Beverly. Na hora do intervalo, são quase 30 mil sardinhas para caber em uma única lata, mais a rádio que já começa a tocar- o suficiente para perturbar e confundir qualquer possibilidade de diálogo.


Dia 31 é um aniversário macabro na história contemporânea brasileira, que já está na fase adulta, porém ainda sim, não muito madura. No Brasil, da mesma forma que importou o milkshake, meia soquete e jaqueta de couro James Dean, importou coisas como a ditadura. Começaram a chamar uns e outros de subversivos, prenderam pessoas com barba e ninguém podia dizer o que preferia fazer. Uma grande palhaçada que se tornou uma coisa muito perigosa e cruel.

O Circo cumpriu seu papel pela insistência em dialogar com pessoas que sabem e as que talvez não saibam do que se tratou este mórbido e estúpido período. O Circo cumpriu seu papel também pela forma que atuou, ao invés de serem ocos e panfletários como alguns grêmios chatos e sim sugestivos, provocantes e contundentes.


Liana Dantas é carioca, pisciana, tem um blog chamado 'E Agora José?', cursa o 5º período de Jornalismo na Facha de Botafogo e tem medo de borboletas.

Um comentário:

Circo Industrial disse...

Liana e Ivan, sou só agradecimentos! Ler esses depoimentos definitivamente nos deixa extremamente satisfeitos e mais motivados ainda a continuar com as iniciativas!

Abs Aruan